Mas sentimos tantos outros sintomas e por que essa preocupação com a visão sendo que está só um pouco embaçadinha?
Muitos pacientes têm como primeiro sintoma a perda visual e/ou distúrbios visuais como a diplopia, estrabismo entre outras alterações que passam despercebidos dentre um turbilhão de mudanças que enfrentamos.
Outros pacientes não notam as alterações visuais pois as dores são tão insuportáveis que tiram o foco de qualquer outro sintoma.
Mas nossos olhos sofrem e sofrem muito e pior, podemos sim perder um dos sentidos que nos permite admirar um lindo pôr do sol ou o sorriso de nossos filhos: a nossa visão.
E para entendermos melhor, trouxe mais algumas explicações, principalmente sobre o papiledema, que é um dos grandes responsáveis por tanto sofrimento de nossos olhos.
E a explicação começa pela anatomia do sistema ocular.
Pesquisando um pouco mais, descobri que o termo PAPILEDEMA só deve ser utilizado para o edema de nervo óptico causado por Hipertensão Intracraniana. Em caso de edema por outros motivos, não se deve utilizar o termo Papiledema.
E por falar em Papiledema, ele é o grande vilão da nossa visão, pois pode levar a perda da mesma. Vamos entender melhor com um excelente artigo.
Introdução
Fonte: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1243&fase=imprime
O artigo completo está no link, vale muito a leitura.
Espero que gostem.
Um abraço.
Lih!
E a explicação começa pela anatomia do sistema ocular.
"Os axônios das células ganglionares presentes
na camada de fibras nervosas da retina chegam
ao nervo óptico através do disco óptico. Há aproximadamente um milhão de axônios no
nervo óptico. Atrás do globo ocular, esses axônios tornam-se mielinizados e o nervo óptico é
revestido pelo fluído cerebroespinhal do espaço
subaracnóideo, sendo protegido por uma bainha
contínua com as meninges cerebrais." (http://www.oftalmologiausp.com.br/imagens/capitulos/Capitulo%201.pdf)
Ou seja, o nervo óptico é revestido por líquor e também sofre a ação do aumento da pressão intracraniana.Pesquisando um pouco mais, descobri que o termo PAPILEDEMA só deve ser utilizado para o edema de nervo óptico causado por Hipertensão Intracraniana. Em caso de edema por outros motivos, não se deve utilizar o termo Papiledema.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72802009000300009
E por falar em Papiledema, ele é o grande vilão da nossa visão, pois pode levar a perda da mesma. Vamos entender melhor com um excelente artigo.
"Diagnóstico diferencial dos edemas de papila
Mário Luiz Ribeiro Monteiro Médico
Edema de papila é o termo utilizado para designar uma alteração oftalmoscópica
caracterizada pelo velamento e elevação das margens da papila ou disco do nervo
óptico. É um quadro sindrômico que ocorre em uma série de afecções do nervo
óptico, sendo o seu diagnóstico diferencial extremamente importante. A
denominação papiledema é frequentemente usada, de forma errônea, como sinônimo
de edema de papila. Embora tenham, na verdade, um significado semelhante é
importante ressaltar que o termo papiledema, por ser de uso consagrado, deve
ser reservado para designar apenas o edema de papila da hipertensão
intracraniana. Os outros tipos de edema de papila devem ser qualificados de
acordo com a sua etiologia, ou seja, edema de papila da neurite óptica, edema
de papila da neuropatia óptica isquêmica etc.
Edema de papila da hipertensão intracraniana
(papiledema)
A primeira condição a ser considerada quando temos um edema verdadeiro de
papila é que possa ser decorrente de hipertensão intracraniana, que denominamos
papiledema. Os estudos de Hayreh em macacos permitiram demonstrar que o
papiledema se desenvolve na hipertensão intracraniana quando existe patência do
espaço subaracnoideu perióptico e transmissão da pressão ao longo da bainha do
nervo óptico. O bloqueio deste espaço por aderências ou tumor impede a
transmissão da pressão e o desenvolvimento do papiledema. Além disso o
papiledema só se desenvolve quando existirem células ganglionares presentes,
uma vez que o bloqueio do fluxo axoplasmático destas fibras é etapa fundamental
do seu desenvolvimento. Quando existe atrofia óptica, o papiledema não se
desenvolve mesmo que a hipertensão intracraniana seja transmitida ao nervo
óptico, uma vez que não existem fibras nervosas para levar ao desenvolvimento
do edema.
Clinicamente, o papiledema pode ser inicial, bem desenvolvido, crônico ou
atrófico. No papiledema inicial se observa hiperemia do disco óptico,
borramento da camada de fibras nervosas peripapilares e edema do disco óptico
que se inicia geralmente no pólo inferior, seguido do superior, do bordo nasal
e, por fim, do setor temporal da papila. Observa-se, além do edema, velamento
das margens da papila e outros sinais, como hemorragias no disco óptico e suas
margens e ausência do pulso venoso espontâneo.
A observação do pulso venoso, embora muito difundida em especial entre os
neurologistas, é na verdade pouco útil no diagnóstico do papiledema.
Acredita-se que o pulso venoso espontâneo desapareça quando a pressão
intracraniana excede 200 mm de água. Se o pulso estiver presente, a pressão
intracraniana deve estar abaixo deste nível. No entanto, deve ser lembrado que
pode haver grande flutuação nos níveis da pressão intracraniana em grande número
de afecções e que o pulso venoso pode estar presente em uma destas flutuações a
despeito da existência do papiledema. Além disso o pulso venoso não é observado
em todos os indivíduos normais. Hegdes Jr. e cols. observaram que a frequência
de visibilização do pulso venoso espontâneo varia de acordo com a conformação
do disco óptico, com a amplitude do pulso da pressão braquial e coroidal e com
a pressão intra-ocular. Em discos ópticos em que a veia era observada
penetrando a escavação fisiológica o pulso venoso foi observado em 70% dos
casos, enquanto que naqueles em que isto não era possível o pulso venoso foi
observado em apenas 6% dos casos. Por essas razões, na grande maioria das vezes
a pesquisa do pulso venoso não auxilia no diagnóstico diferencial do
papiledema.
Quando o papiledema se torna bem desenvolvido o edema do disco óptico fica mais
óbvio. As veias se tornam ingurgitadas e várias hemorragias em chama de vela
podem ocorrer. Mais tarde pode haver formação de microaneurismas e dilatação
capilar na sua superfície. O velamento das margens se torna óbvio e os vasos
superficiais ficam obscurecidos ao cruzar as margens do disco. Além das
hemorragias, podem existir exsudatos algodonosos, que representam pequenas
áreas de enfarte na retina peripapilar e os vasos retinianos se tornam
tortuosos. Em casos mais severos, dobras retinianas circunferenciais (linhas de
Paton) podem ser observadas e exsudatos duros e hemorragias podem ocorrer na
região macular. As hemorragias e os exsudatos duros geralmente são mais
importantes quando a hipertensão intracraniana se desenvolveu rapidamente.
Nestes casos até mesmo hemorragias subialóides ou intravítreas podem ocorrer.
Outras complicações possíveis são as dobras de coróide, as neovascularizações e
as hemorragias sub-retinianas peripapilares.
Quando o papiledema se torna crônico as hemorragias e os exsudatos geralmente
desaparecem e ele se torna mais arredondado. A escavação fisiológica central se
torna obliterada e pequenos exsudatos duros podem aparecer na superfície do
disco com aspecto que lembra pequenas drusas. Quando o papiledema persiste por
muito tempo, o disco óptico passa a ser atrófico e ocorre estreitamento e
embainhamento dos vasos retinianos. A palidez da papila começa a tornar-se
evidente e ocorre redução no edema devido a redução nas fibras nervosas.
Alterações pigmentares circunferenciais na retina peripapilar se tornam
aparentes.
Além das características clínicas acima descritas, o papiledema pode ser
diferenciado de outras formas de edema de papila pelo fato de ser bilateral e
preservar a visão quando comparado com outras afecções do nervo óptico
causadoras de edema de papila. No entanto, embora na grande maioria dos casos o
papiledema seja bilateral, é importante mencionar que pode também seu unilateral
ou muito assimétrico. A existência de atrofia óptica em um dos lados pode
impedir o desenvolvimento do papiledema por falta de fibras para edemaciar. Na
síndrome de Foster Kennedy, pacientes com tumores na região frontal desenvolvem
atrofia em um olho e papiledema no olho contralateral. O papiledema é
unilateral provavelmente pela perda de fibras do lado atrófico e pelo fato de
que a compressão do espaço subaracnóideo pelo tumor impede a transmissão da
hipertensão do lado da atrofia. O papiledema pode também ser unilateral quando
existem anomalias de papila que impedem o desenvolvimento do mesmo a despeito
da transmissão normal da hipertensão ao longo da bainha do nervo óptico.
O papiledema pode ainda ser unilateral ou muito assimétrico em indivíduos sem
as condições acima mencionadas. Pessoalmente, pudemos documentar tal situação
em seis pacientes com pseudotumor cerebral. Kirkham e cols. sugeriram que o
papiledema unilateral nestes pacientes seria decorrente na presença de anomalia
na bainha do nervo óptico, a qual impediria a transmissão da pressão do líquor
para a cabeça do nervo óptico. No entanto, Muci-Mendoza e cols. relataram dois
casos de papiledema unilateral em pseudotumor cerebral, nos quais a tomografia
computadorizada revelou aumento bilateral da imagem dos nervos ópticos na
órbita, indicando, portanto, patência do espaço subaracnóideo perióptico, mesmo
do lado em que não havia papiledema. Parece, portanto, mais provável que os
fatores anatômicos e fisiológicos que determinam se o disco óptico irá ou não
desenvolver edema, em pacientes com pressão intracraniana elevada, devem operar
na porção distal do nervo óptico. O mecanismo exato para explicar esta
ocorrência incomum é, no entanto, desconhecido.
A avaliação da função visual também é um elemento importante na diferenciação
do papiledema e outras formas de edema de papila. Numa fase inicial o
papiledema se caracteriza por função visual preservada, observando-se apenas
aumento da mancha cega ao exame campimétrico e acuidade visual normal. Quando
questionados ou mesmo espontaneamente, muitos pacientes referem obscurecimentos
transitórios da visão com duração de alguns segundos, mas não existe déficit
visual permanente. No entanto, quando o papiledema persiste por um tempo
prolongado ou ainda quando a elevação da pressão intracraniana é muito
acentuada pode haver perda importante da função visual. Isso ocorre
especialmente no pseudotumor cerebral em que a hipertensão intracraniana é bem
tolerada por períodos prolongados. Em um estudo de 58 olhos, de 29 pacientes,
com pseudotumor cerebral observamos alterações campimétricas em 72,4% deles,
sendo a perda da função visual muito severa em 25,8% dos olhos. Estes dados
servem para enfatizar que o papiledema pode também causar perda da função
visual o que pode levar à confusão com outras neuropatias. Quando isso ocorre,
o exame campimétrico é extremamente importante. Além do aumento da mancha cega,
observa-se contração difusa das isópteras e a retração nasal inferior, além de
escotomas arqueados. O aumento da mancha cega geralmente é um defeito
refracional que melhora com a adição de lentes positivas durante o exame, sendo
dependente do edema em si e não considerado como perda visual definitiva.
Quanto aos outros defeitos acima mencionados traduzem perda de fibras do nervo
óptico. É importante salientar também que a perda de acuidade visual é uma
alteração tardia e que estes pacientes devem ser monitorados com campos visuais
periódicos."
Fonte: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1243&fase=imprime
O artigo completo está no link, vale muito a leitura.
Espero que gostem.
Um abraço.
Lih!